sexta-feira, 26 de junho de 2009

EXU DE LEI

Salve o povo da rua!
Que nos protege, e nos vigia,
em cada esquina, em cada lugar.
Que nos acompanha para todo o lado,
em qualquer hora, em qualquer lua.
Exu é pai, Exu é guia.
Pelo seus filhos vive a lutar,
e tantos o chamam para o caminho errado.

Meu pai perdoai-lhes a ignorância,
a ganância e o ódio, cega as pessoas,
a sede do poder fala mais alto,
e o valor do ser, dá lugar ao ter.
São como crianças na sua infância,
querem ser reis, e na cabeça coroas.
Mas esquecem que a queda depende do salto,
e no fim o que ganham é saber perder.

Meu pai Exu é rei na magia.
Desfaz embaraço e corta demanda.
Abre os caminhos, mas pode fechá-los,
quem manda é Exu, na lei da Quimbanda.
Dai-nos um pouco da sua alegria,
dai-nos um pouco do seu sorriso.
Protegei meu pai, quem for de direito,
e para os demais, que faça o juizo.


Almada, 6 de Junho de 2008

Extrato da obra - “Orixás em poesia” de Paulo Lourenço (Ramiro de Kali) Copyright © 2008

EXU

Ao passar na encruzilhada,
em noite de lua cheia,
no silêncio da escuridão,
ouvi uma gargalhada.
Era um homem vestido de negro.
Tinha um tridente na mão,
e usava uma capa encarnada.


Ao questioná-lo quem era,
sorriu, e falou assim:
Para si, meu nome é Exu,
mas muitos me chamam de Fera.
Sou guardião dos caminhos,
sou carrasco dos perdidos,
de todos eu estou á espera.


Em tempos, já fui seu igual.
Hoje vivo no mundo dos mortos,
mas caminho no meio dos vivos.
Conheço o bem, mas também o mal.
Ajudo quem pede, se for de justiça.
Puno a maldade, puno a vaidade, e puno a cobiça.
Exu é meu nome, me chame de tal.


Almada, 6 de Junho de 2008

Extrato da obra - "Orixás em Poesia" de Paulo Lourenço (Ramiro de Kali) Copyright @ 2008

quinta-feira, 11 de junho de 2009

DANÇA DAS CABAÇAS-EXÚ NO BRASIL

Dança das Cabaças - Exu no Brasil é uma investigação poética sobre a divindade africana Exu no imaginário brasileiro. Trazido pelos escravos com outros Deuses do panteão Yoruba, Exu foi colocado à margem e passou por um processo de demonização que se inicia na missão católica na África e se estende no período colonial brasileiro, onde seus atributos originais foram ocultados.
Exu que na África era caracterizado como o princípio da vida, a força que move os corpos, a dinâmica, o senhor dos caminhos e das encruzilhadas, a principal ponte entre os mortais e as divindades que habitam o além, passa a ser visto como a personificação do mal perante o modelo cristão, devido ao seu seu símbolo fálico e seu comportamento astucioso.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

ESU LEVA PROSPERIDADE, RIQUEZA, SAÚDE E AMIZADE À CASA DE ORUNMILA




Havia quatro amigos que conviviam juntos no orun, prosperidade, riqueza, saúde e amizade. Ambos decidem vir para o aye, onde estavam vivendo Esu e Orunmila, que também eram muito amigos, a ponto de Esu viver constantemente dentro da casa de Orunmila.
Em determinado dia, Orunmila em companhia de sua mulher, consulta seu Ifá para saber o que deveria fazer para ter, prosperidade, riqueza, saúde e amizade. É aconselhado a fazer determinadas oferendas à Esu, as quais se recusa a fazer pois disse estar muito cansado, porém sua mulher que o acompanhava no momento da consulta, passa a cobra-lo da execução das oferendas, pois acreditava que isto estava bloqueando a vinda de prosperidade, riqueza, saúde e amizade para a vida de Orunmila.
Enquanto isso no orun, os quatro amigos resolvem pôr vez, vir para o aye e trazer um presente para Orunmila. Antes, porém, consultam o Ifá para saber se chegariam bem à terra (aye). Ifá determina que façam uma oferenda, que além de outras coisas, deveriam ofertar um ofá cada um. Dentre os quatro, somente três fizeram a oferenda, o quarto não fez, pois alegou gostar muito do ofá para dispor dele para uma oferenda. Deram inicio à viagem.
Andaram muito, e se cansaram inúmeras vezes, pois o caminho era muito longo, fazendo com que a viagem fosse bem demorada. Finalmente chegam ao ponto de encontro dos dois mundos, Orita, ali param e se sentam para descansar novamente, ficando a espera de que alguém passe pôr ali, a fim de indicar qual o caminho para a casa de Orunmila.
Orunmila já estava ciente dos acontecimentos, mas sabia que se não fizesse a oferenda para Esu, o presente não chegaria até a casa dele. Como Esu tem pôr hábito ir periodicamente à Orita, lá chega e encontra os quatro amigos, primeiramente procura pôr comida, depois cumprimenta os quatro amigos e pergunta-lhe o que estão fazendo ali. Eles respondem:
- estamos a espera de alguém para nos indicar o caminho da casa de Orunmila, pois trazemos presentes para ele.
Esu diz para eles que não iria adiantar, pois ele havia saído da casa de Orunmila naquele instante e ele tinha morrido. Os quatro amigos se desesperam, pois não poderiam voltar para trás com toda a bagagem, era muito pesada e, longa demais a viagem. Despedem-se de Esu e voltam a se sentar para decidir o que fazer com tudo o que traziam.
Dos quatro, aquele que ainda tinha o ofá sente-se culpado e, decepcionado, enforca-se. Os três restantes ficam mais preocupados ainda, pois agora teriam que dividir entre si, a bagagem que o outro trazia. Esu, nesse ínterim vai para a casa de Orunmila, e lá chegando, pergunta à Orunmila:
Orunmila, quantos ouvidos você tem?
Ele lhe responde: Dois.
Esu pergunta: Para que ?
Ele lhe responde: Para ouvir.
Esu diz: Ouça bem então, há quatro coisas boa para vir para você, se me der um galo você as terá, caso contrário ficará sem elas.
Orunmila ignora o pedido de Esu. Sua mulher mais uma vez presente, insiste para que ele de o galo à Esu e, diz que se ele não fizer a oferenda, irá se indispor com ele. Desta forma, Orunmila opta pôr fazer a oferenda que Esu havia pedido. Após feita a oferenda, Esu muda sua aparência, tomando uma forma velha, e vai até onde estavam os três amigos.
E com voz de idoso, e muito convincente, diz: O que você estão fazendo aí?
Relatam então, tudo o que havia se sucedido para Esu, sem saber que se tratava da mesma pessoa.
Esu depois de ouvir tudo, diz: Imaginem só, Esu dizer que Orunmila morreu, ele mente, Orunmila é muito amigo meu, está vivo, tanto que acabei de sair de sua casa agora, onde fizemos um trabalho. Vamos levantem-se, eu os levarei até lá.
Chegando a casa de Orunmila, sem que ninguém ouça, ele fala para Orunmila: Não lhe disse que vinham quatro coisas boas para sua casa......
E dessa forma, prosperidade, riqueza, saúde e amizade entram na casa de Orunmila. De onde deduzimos que, a atividade de Orunmila, não se completa sem Esu.
Esu, grande deidade, inspetor da conduta dos seres humanos e dos rituais em si, a primeira estrela a ser criada pôr Eledunmare, foi lhe outorgado o poder da transferência do asé, o primeiro mito a ser criado.
Traz em si o fenômeno da dupla personalidade, joga em dois times sem o menor constrangimento, só esta de acordo com os que cumprem seus deveres com ele. Foi criado para gerar a dúvida no homem, e fazer com que a hierarquia seja respeitada. Ele tem o poder de transformar e manipular as pessoas, quando não é tratado convenientemente, ele bloqueia os caminhos.
ESU GBA AWA O!
ESU TARE WA
TARE SASA
TARE WA GBA WA!!!


Gbogbo ire ati alafia fun awa o!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Iyami A Grande Mãe


A virtude de poder trazer filhos ao mundo que têm as mulheres, um fato quase mágico, maravilhoso que as acerca ao divino, é e foi também motivo de temor em muitos povos antigos, algo que era inexplicável, pelo qual as mulheres sempre foram vistas como possuidoras de certo poder especial. Fala-se da famosa "intuição feminina", mas mais do que nada, em todas as culturas há uma tendência a transformá-la em "bruxa", no sentido de crer que tem poderes inatos para comunicar-se com forças além do alcance do entendimento do homem. O mito da "bruxa" que voa na vassoura acompanhada por pássaros macabros é quase mundial, com pequenas diferenças segundo o lugar do mundo do qual falemos.
Também se relaciona a fecundidade com o misterioso sangue menstrual, que é a marca que pauta a conversão da menina numa mulher, daí em mais será considerada também uma Iyami, aquela que em qualquer momento deixará de ter a regra, inchando-se o ventre, revelando que tinha em seu interior a "cabaça da existência", o caminho pelo qual todos vêm do Orun para o Aye. Mais para confirmar dita transformação em "mulher" levam-se a cabo os "ritos de passagem" nos que as meninas-mulheres estarão isoladas durante vários dias, alimentadas e vestidas de um modo especial, onde conhecerão todos os segredos relacionados com as mulheres, os que serão devidamente dados pelas anciãs de sua comunidade.
Os ritos assegurarão entre outras coisas que seja possuidora de uma "cabaça” fértil e o alinhamento de seu lado espiritual feminino com seu corpo, convertendo-a numa mulher em todo sentido. Há ao final uma apresentação em público das garotas que deixaram atrás a etapa da meninice, para que os homens lhes tenham em conta no momento de querer escolher uma esposa. A palavra Iyami por si só, em realidade não identifica à mulher com o lado escuro de seu poder, muito pelo contrário é um modo de exaltar e homenagear sua capacidade de engendrar apelando a seu lado protetor maternal, pois significa: "Minha mãe". Esta forma de referir-se a qualquer mulher expressa um sentido de reverência àquela que serve de ponte entre os antepassados e os vivos, bem como também reflete seu importante papel maternal. Desse modo todas as divindades femininas são chamadas também Iyami, mais não no sentido de "bruxas" senão por tratar-se de uma homenagem verbal às grandes MÃES ESPIRITUAIS.
Embora a mulher seja fértil (ao menos em teoria por ter a regra), não se lhe considera apta para encarregar-se de certos aspectos importantes dentro das religiões africanistas. por muitos motivos, os principais não podem revelar-se aqui por tratar-se de um conhecimento que só devem possuir sacerdotes que adquiriram certo status na comunidade. Mais algumas razões práticas têm a que ver com o atendimento constante que requer o culto e uma mulher não pode dedicar-se por inteiro ao mesmo já que segue tendo a regra, pois devem abster-se do contato com as divindades durante esse período e no caso de ficar grávida, durante os últimos meses, o parto e a posterior quarentena (sem contar que depois por vários meses todo seu atendimento deve ser para o bebê).
Quando se fala de Iyami Osoronga muda bastante o conceito antes exposto, pois se refere ao mito sobre o poder feminino associado às AVES a partir de certas espécies que atracaram a mente do homem por sua rareza ou comportamentos macabros. Ainda que também não isolado das mulheres ou dos Orisas o mito Iyami se relaciona com estas por seus estômagos, mais precisamente com seu útero, ao qual sempre nos referimos como Igba Iwa (a cabaça da existência). Trata-se da comparação metafórica entre um ovo fecundado e a barriga da mulher grávida, onde se costuma dizer que a mulher tem o “poder do pássaro encerrado na cabaça”. No útero da mulher não se vê a simples vista ao bebê, mas sim se sentem seus movimentos, enquanto no ovo (de uma galinha, por exemplo) não se aprecia o movimento, mas se pode ver a depois de luz ao filhote, em ambos os casos se pode apalpar a fecundidade e o surpreendente poder "mágico" que isto implica.
O mito Iyami Aye então, não é o culto às mulheres bruxas nem às aves macabras, senão que é a associação mágica e metafórica entre o poder feminino da fecundação e o poder místico de algumas aves noturnas (principalmente) que somado a certos temores e sentimentos negativos dos seres humanos cria no espaço etéreo os Espíritos Coletivos das Eleye (donos das aves) ou Iyami Aje (Minha mãe feiticeira) ou mesmo Iyami Osoronga, todas estas denominações que aludem ao mesmo.
Estes espíritos são impessoais, nunca tiveram corpo humano nem o terão, fazem parte do homem e a natureza ao mesmo tempo, espécie de "parasitas" que aparece junto com o homem no mundo por causa de sua existência, não têm consciência, são alimentados pela idéias malignas e os temores, por isso se tornam consideravelmente perigosos no plano astral. Podem ter sexo masculino ou feminino e sempre vem em casal, representando o equilíbrio, a dualidade existente em todos os planos, inclusive no de nossos próprios temores mais escuros.
A crença popular yoruba se crê que têm forma humanóide com plumas, mais nunca se representam em imagens ou gravuras, só se intui seu poder através dos pássaros, os que majoritariamente são usados como símbolos nas bengalas metálicas (osun) dos Babalawos ou nas coroas dos Obas, representando que o possuidor tem a autoridade para acalmar-lhes e que para ganhar tal titulo primeiro teve que render homenagem ao Poder Feminino. As Iyami Aje atuam sob a supervisão de Oso e têm estreita relação com outros Orisá como Ogun que é o dono dos sacrifícios e quem provê o sagrado líquido pertencente à Eléye .
Quando há uma influência negativa por parte dos Eleye masculinos se diz que são os Oso quem estão trabalhando na contramão da pessoa, ainda que nunca haja um culpado externo responsável destes ataques, pois em verdade sempre é a própria pessoa que muitas vezes ganha "o castigo" através de seu comportamento. As Eleye são executoras da lei num sentido inverso, isto é, procurar o bem a partir do mau. Toda pessoa que tenha certa inclinação às características negativas para os demais está alimentando estas forças e ao mesmo tempo antevendo o mau perigosamente, o que em longo prazo faz com que a própria energia negativa da pessoa se converta em seu próprio juiz, Iyami Osoronga posará suas patas em cima de sua cabeça.
Não há nenhum ebó capaz de vencer o trabalho destes Espíritos, o único que se pode no máximo é apaziguar-lhes e isso é porque "vivem" em nossas entranhas, em estado latente. Sua função se torna importante, pois apesar de ser "inimigas" das pessoas tendem a regular o comportamento do Ser Humano através de seus medos. Quem deseja que Iyami Osoronga não se torne um obstáculo em sua vida deve frear os sentimentos de inveja, ciúmes, rancor, bem como qualquer pensamento negativo para seus semelhantes. Crê-se que as Iyami se reúnem em assembléia numa mesa presidida por Oso, onde se conspiraria e especularia sobre as maldades a realizar enviando os Ajogun após o questionamento se foi feito ou não os *ebó marcados por Babalawos através de Ifa. Deste modo servem de reguladores do comportamento frente às dívidas geradas ante as divindades, por causa de ter rompido o equilíbrio existente de alguma maneira seja numa vida anterior ou na presente.
A Iyami Ayé pertence toda sangue derramado na terra e também são quem controlam o sangue menstrual a que quando aparece revela a presença próxima destas criaturas, o que explicaria as dores típicas e o comportamento histérico que costuma ter as mulheres nessa etapa. Isto também é outra razão pela qual nos sacrifícios para Orisá o sangue não deve tocar a terra - existindo um método ritual que evita isso - e por que a mulheres com sua regra devem manter-se afastadas do culto. Ao suceder qualquer das duas coisas ou ambas, seria um tabu e a cerimônia estaria quebrada, devendo conferir ao oráculo por alguma solução.
Costuma-se oferecer-lhes preferencialmente as vísceras, pois se considera que é sua comida favorita, as que se preparam sempre depois de qualquer sacrifício para os Orisá de um modo especial e são apresentadas em pratos de barro forrados come ewe Lara. Os etutus para iyami são conhecidos como Iyala e significa "que o mal desapareça". Se lhes oferece também, durante qualquer sacrifício, um eko que serve para proteção, pois as acalma quando é despejado na terra, este representa o poder feminino, pois entre outros ingredientes leva: plumas - simbolizam muitos filhos e proteção; sangue - representa a menstruação e a vida.
Presume-se que a palavra Aje utilizada como "bruxa" prove da contração de Iya je (a mãe que come) aludindo a seu voraz apetite, sempre atraída pelo cheiro a sangue e vísceras ela pode vir sob a forma de mosca, pássaro, gracioso ou inclusive outros animais.

sábado, 21 de março de 2009

A PEDRA PRIMORDIAL DA TEOLIGIA YORUBA(2)


2. OS MÚLTIPLOS NOMES E FUNÇÕES DE ESU
Um mito relata como, em função de seu poder, Esu se descontrola, e começa a devorar toda a preexistência, sendo então obrigado por Orunmila, após uma longa perseguição, a vomitar tudo de volta.
Tendo sido cortado em milhares de pedaços, transforma-se no + 1, ou em 1 multiplicado pelo infinito. Neste caso, ele é Esu Okoto, o Caracol agulha, cuja estrutura óssea espiralada parte de um ponto único, abrindo-se para o infinito, e nos dá a idéia do crescimento, da evolução e da multiplicação, tendo-se tornado o símbolo da restituição e da recomposição, tornando-se Oba Baba Esu, Esu agbo, o Rei e o Pai de todos os Esu, gerados por seus pedaços.
Durante muitos anos conviveu-se com uma pretensa superioridade cultural, racial, religiosa na África e na região dos Yoruba que provocou guerras étnicas, fato que repercute ainda nos dias de hoje.
A suposta ação evangelizadora desarticulou sofisticadas estruturas religiosas, imprimindo aspectos negativos e demoníacos à imagem de Esu que, ainda hoje, habitam o universo religioso e pratico dos mais renomados Baba/Iya.
A perda dos valores primais africanos foi causada, sobretudo, pela escravidão, e posteriormente pela miscigenação com as seitas espíritas cristãs, permitindo assim que os mais sérios seguidores do Orisa ressaltem os aspectos negativos dos demônios, referindo-se a Esu como:
Exu Lucifer, Exu Tranca Rua das Almas, Exu sete poeiras do inferno, Exu Rei das sete encruzilhadas, ou mudam seu sexo, Exu Pomba Gira ou Exu Maria Padilha.
Os nomes e atributos deste importante Orisa do panteão Yoruba não permitem interpretações errôneas como as perpetuadas pela inércia e ignorância de pseudos experts em cultura Yoruba.
Nomes
Atributos
ESU YANGI
O primeiro da criação, a laterita vermelha
ESU AGBA
Aquele que é o ancestral
ESU IGBA KETA
O dono da cabaça, o Igba Odu
ESU OKOTO
O dono da evolução, o caracol.
ESU OBASIN
O pai de todos os Esu
ESU ODARA
O Esu da felicidade
ESU OJISE EBO
O Esu que leva as mensagens ao Orisa
ESU ELERU
O Esu que leva o carrego dos iniciados
ESU ENUGBARIJO
O Esu que trás a prosperidade
ESU ELEGBARA
O Esu que detém o poder da transmutação
ESU BARA
O Esu dono do movimento do corpo humano
ESU OLONAN
O dono de todos os caminhos
ESU OLOBÉ
O dono da faca ritual
ESU ELEBÓ
O Esu que recebe as oferendas
ESU ODUSO
O Esu que vigia os oráculos
ESU ELEPO
O Esu do azeite de dendê
ESU INA
O Esu do fogo (saudado no Ipade)

Poderia-se fazer uma lista imensa dos nomes de Esu ancestrais cultuados no Brasil e África, mas esse exercício é desnecessário no momento.
O mais importante é destacar as funções desses Esu ancestrais nos rituais:
Esu Yangi:
É o princípio de tudo, a própria memória de Olodunmarê, seu criador.
Esu Agba ou Esu Agbo:
É o nome que mostra sua ancianidade; ele é o mais velho e, por conseqüência, o pai que é retratado no mito em que Orunmila o persegue através dos nove Orun.
Esu igba keta
É o terceiro aspecto mais importante de Esu que está ligado ao número três, a terceira cabaça onde ele é representado pela figura de barro junto aos elementos da criação.
Esu ikorita meta:
É ligado ao encontro dos caminhos ou a encruzilhada; o encontro de três ruas ( Y ).
Esu Okoto:
É o representado pelo caracol agulha, mostra a evolução de tudo que existe sobre a terra,
E está ligado ao Orisa Aje Saluga, o antigo Orisa da riqueza dos Yoruba.
Esu Obasin:
É por este nome é conhecido e cultuado em Ile Ifé.
Esu Odara:
É o que, se satisfeito através do sacrificio, traz a felicidade ao sacrificante.
Esu Ojisé ébó:
É ele que observa todos os sacrifícios rituais e recomenda sua aceitação, levando as súplicas a Olodunmarê.
Esu Eleru:
É o que leva os carregos dos iniciados (Erupin)
Esu Enugbarijo:
É o que devolve a todos o sacrifício em forma de benefícios.
Esu Elegbara:
É o todo poderoso que transforma o mal em bem, cujo poder reside na transformação das coisas.
Esu Bara:
É um dos mais importantes aspectos de Esu, pois ele é o Esu do movimento do corpo humano, infundido no corpo pré-humano, ainda no Orun por Obatala, sendo "assentado" no momento da iniciação, junto com o Ori e o Orisa individual.
Esu Lonã:
É o senhor de todos os caminhos do mundo.
Esu Olobé:
É dono do obé (faca), tem que reverenciado ao começar todos os sacrifícios, onde a faca é necessária.
Esu Élébó:
É o carregador de todos os Ébo.
Esu Odusô ou Olodu:
É ele que tem seu rosto retratado no Opon Ifa, e vigia o Babalawo para que este não minta; é o que vigia os oráculos (Opélé-Ikin-Erindilogun)
Esu Elepo:
É ele que recebe o sacrifício do azeite de dendê.
Esu Inã:
É um dos aspectos mais importantes deste Esu primordial, é presidir o Ipade, sendo o dono do fogo. É a Esu Inã que os Babalorisa/Iyalorisa se dirigem no começo do Ipade, uma das mais importantes cerimônias do ritual afro-descendente religioso:
E Inã mojuba
Inã Inã Mojuba Aiye
Inã mojuba
Inã Inã Mojuba Aiye...etc.

Oração Africana da Adoração à ÒRÚNMÌLÀ


Oração Africana Da Adoração Ao Òrìsà Começa A Cada Manhã


ÒRÚNMÌLÀ! ELÉRÍ ÍPÍN
ÌBIKEJÌ OLÓDÙ, A-JÉ-JÙ-OÒGÙN, MARÈ
OBÌRITI, A-P’IJÓ-IKÚ-DA
OLÚWA MI, A-TO-I-BA-J’AYÉ
ÒRÒ A-BI-KÚ-J’IGBO
OLÚWA MI, AJIKI
ÓGÈGÈ A-GB’AYÉ-GÚN
ODÚDÚ TI NDÚ ORÍ EMÈRÈ
A-TÚN-ORÍ-TI-KÒ SUNWÒN SE
A-MO-I-KÚ.
OLÓWA AIYERE
AGIRI ILÉ-ILÓGBÓN
OLÚWA MI; AMOIMOTÁN,
A KÒ MO O TÁN KOSE
A BÁMO TÁN ÌBÁ SE KE.

Òrúnmìlà! Testemunha do destino,
O vice de pré-existente;
Tu que é mais eficaz do que a medicina,
O poderoso que protela o dia da morte.
Meu senhor, Todo-poderoso que salva,
Espírito misterioso que lutou com a morte.
Você que é saudado primeiro logo pela manhã,
Você, o equilíbrio que ajusta as forças mundiais,
Você, cujo o esforço é reconstruir a criatura do mal caminho;
Reparador da sorte do doente,
Ele que sabe que vos fica imortal.
Senhor, o rei indispensável,
A perfeição na Casa da Sabedoria!
Meu Senhor! Infinito em conhecimento!
Falta-lhe conhecer por completo, por isso somos fúteis.
Oh, se nós pudemos conhecê-lo por completo, tudo estaria bem conosco.

segunda-feira, 16 de março de 2009

A PEDRA PRIMORDIAL DA TEOLOGIA YORUBA (1)





ESU OTA ORISA
Esu a pedra fundamental do Orisa
ESU OFI OKUTA DIPO IO
Esu transforma o sal em pedra

1. "O PRINCIPIO ERA A PEDRA"
Em todos os momentos da vida dos afro-descendentes que cultuam Orisa, a terra é o elemento mais importante a ser reverenciado e, em conseqüência disso , a pedra, o fruto da condensação da terra, a desagregação particulada e formadora do microcosmo Yoruba. Essa singularidade pode ser vista na gênese Yoruba, amplamente documentada, por diversos autores. Olodunmarê após um tempo imemorial de inércia resolve criar o mundo, e sua primeira criação é a pedra primordial chamada por ELE de ESU YANGI e, posteriormente, de Esu Obasin, cultuado até os dias de hoje em Ile Ifé.
Pode-se dizer que sem pedra "Ota" não há Orisa.
KOSI OKUTA
KOSI ORISA
"Sem pedra
Sem Orisa"

KOSI ESU
KOSI ORISA
"Sem Esu
Sem Orisa"

Todo Orisa tem que, obrigatoriamente, ser assentado em uma pedra ou em algum material que dela tenha vindo; exemplo: o ferro em que se assenta Ogun é a transmutação da pedra, transformada em ferro por intermédio do fogo. Dessa forma pode-se dizer que Ogun é assentado na pedra.
Outro aspecto interessante é que o corpo humano é composto de vários elementos, e entre eles um dos mais importantes é o barro modelado por Ajala, onde, posteriormente, é inserido por Obatala, o Bara, o ESU do movimento.
Outro aspecto de grande importância relacionado à terra é o Ikomojade (imposição de nome ou batismo). Nele o pai pega a criança e coloca o pé dela sobre a terra fofa, especialmente preparada para o momento, recitando o seguinte verso de Ifa:

Yoruba
Ilé
A o gbe omo, ao fi ese omo naa te ile,
A o wa wure bayi pe,
Ile ree o,
Ile ogere,
Ile ni a nte ki a to te omi,
A ki nbinu ile ki a maa te,
Bi o ba nrin nile ki omo araye ma binu re,
A ki nbale sowo ki a padanu,
Gbogbo ohun ti o ba dawole lori,

10.Ile aye yi,
11.ko ni padanu.


Terra
Os pais pegam a criança e colocam o pé dela sobre a terra, iniciando a recitação. Eles chamam o nome da criança e falam:
1. (Nome da criança) Aqui está a terra,
2. A terra que está espalhada pelo universo,
3. É nela que se pisa primeiramente,
4. Antes de se pisar na água.
5. Ninguém que tenha ódio da terra,
6. Priva-se de pisar nela.
7. Quando você anda sobre a terra,
8. Os seres humanos não terão ódio de ti.
9. Todos que fazem negócios com a terra lucram com ela,
10. Tudo que você se propor a fazer na sua vida,
11. Não será em vão, você lucrara na vida.

Portanto, é muito claro que Esu foi criado por OLODUNMARÊ, da matéria primordial e divina da qual, posteriormente, ELE fez todos os Orisa. A mesma matéria que daria forma à toda existência divina, assim como toda a humanidade que, um dia, Ikú "a Morte" devolverá à esta lama primordial.
Assim, Yangi é o primeiro ser criado da existência e passa a ser o símbolo primal dos elementos criados.
Yangi é conhecido como "Esu Agba”, o Ancestral primordial, e seus assentamentos mais antigos e tradicionais eram simples pedras de laterita vermelha, colocadas no chão, onde eram feitas suas oferendas e sacrifícios.
Em alguns lugares, como a Orita Meta ou a Encruzilhada de Três caminhos, a laterita vermelha está cercada por 7, 14 ou 21 pedaços de ferro enferrujados.
Na cidade de Ile Ife, pode-se ver o assentamento de Esu Yangi como o descrito acima.
Para se chegar a casa de OBATALA, entra-se em uma rua que vai exatamente até a entrada, e acerca de 10 metros antes da entrada, a rua principal abre-se em duas outras ruas laterais, formando um (Y) . No meio do vértice do (Y) está a casa de OBATALA, e na ponta do vértice o assentamento de Yangi, uma montículo de cimento armado com uma laterita fincada no alto. **
Yangi é por excelência o símbolo da existência diferenciada e, em conseqüência disso, o elemento dinâmico que leva à propulsão, à mobilização, à transformação e ao crescimento.
Ele é o principio dinâmico de tudo que existe e do que virá existir.

ASÉ O.


ASÉ O.

IFÁ DIZ:


1 - A FIJÓ GBA AWÀ; A FÌJÀ GBA AWÀ; BÍ A Ò BÁ JÓ, BÍ A Ò BÁ JÀ, BÍ A BÁ TI GBA AWÀ, KÒ TÁN BÍ?
Tradução: Dançando tomamos posse de Awá; lutando tomamos posse de Awá; se nem dançando nem lutando conquistamos Awá de qualquer jeito o resultado não é o mesmo?
Interpretação: Para que criarmos um grande caso com uma questão que pode ser resolvida facilmente?

2 - A KÌ Í DÁ WO´ LÉ OHUN TÍ A Ò LÈ GBÉ.
Tradução: Ninguém, Não se deve colocar as mãos num peso que não pode levantar.
Interpretação: Cada um tem que conhecer os seus próprios limites.

3 - A KÌ Í FINI JOYÈ ÀWÒDÌ KÁ MÁ LÈ GBÁDÌ?.
Tradução: Ninguém pode ter o título de águia se é incapaz de capturar frangos.
Interpretação: Ninguém pode se exaltar além de sua capacidade.

4 - A KÌ Í FI PÀTÀKÌ BÉ ÈLÙBÓ; NÍ BÁ NÍSU LÓ M´BÉ E.
Tradução: Ninguém produz farinha de inhame por ser importante; somente quem possui inhames pode fazer farinha de inhame.
Interpretação: A importância de uma pessoa não mata a sua fome.

5 - A KÌ Í FI ÌKA RO ETÍ, KÁ FI RO IMÚ, KÁ WÁ TÚN FI TA EHÍN.
Tradução: Ninguém deve usar o mesmo dedo com que limpou o ouvido ou o nariz para, em seguida, esfregar e limpar um dente.
Interpretação: Todos devem comportar-se com decoro.

6 - A KÌ Í GBÓ “LÙ Ú” LENU ÀGBÀ.
Tradução: Nunca se verá um ancião mandar que se espanque alguém.
Interpretação: Os anciões resolvem as disputas, eles não incitam à guerra os disputantes.

7- A KÌ Í MO´ EGBÒ FÚNRA ENI KÁ SUNKÚN.
Tradução: Ninguém grita de dor quando cuida de suas próprias feridas.
Interpretação: Cada um sabe o seu limite de suportar a dor.

8 - A KÌ Í KO ELÉ?SIN KÁ TÚN L? FÉ? ELÉSÈ?
Tradução: Não se deixa um cavaleiro para se casar com um peão.
Interpretação: A pessoa deve procurar progredir e nunca regredir.

9 - BÍ A BÁ TI MO LÀ NKÚ; OLONGO KÌ Í KÚ TÌYÀNTÌYÀN.
Tradução: A pessoa morre de acordo com o seu próprio peso; o pássaro pisco-de-peito-ruivo, ao cair morto, não faz um grande barulho quando bate no chão.
Interpretação: Cada um deve agir de acordo com o seu próprio valor

10- A KI IGBE ODÓ JIYÁN BI OSE HO TABI KO HO.
Tradução: Ao lado de um rio não se precisa discutir se o sabão faz espuma ou não.
Interpretação: Não há necessidade de discutir quando se tem uma forma de provar o
assunto. Quem sabe, demonstra a verdade sobre um assunto e se exime de discutir sobre ele.

COMO USAR AS PALAVRAS


Certa vez, uma jovem foi ter com um sábio para confessar seus pecados.
Ele já conhecia muito bem uma das suas falhas. Não que ela fosse má, mas costumava falar dos amigos, dos conhecidos, deduzindo histórias sobre eles.
Essas histórias passavam de boca em boca e acabavam fazendo mal - sem nenhum proveito para ninguém.
O sábio disse:
- Minha filha você age mal falando dos outros; tenho que lhe dar um dever. Você deverá comprar uma galinha no mercado e depois caminhar para fora da cidade. Enquanto for andando, deverá arrancar as penas e ir espalhando-as. Não pare até ter depenado completamente a ave. Quando tiver feito isso, volte e me conte.
Ela pensou como os seus botões que era mesmo um dever muito singular!
Mas não objetou. Comprou a galinha, saiu da caminhando e arrancando as penas, como ele dissera. Depois voltou e contou ao sábio.
- Minha filha - disse o sábio - você completou a primeira parte do dever. Agora vem o resto.
- Sim senhor, o que é?
- Você deve voltar pelo mesmo caminho e catar todas as penas.
- Mas senhor é impossível! Há esta hora o vento já as espalhou por todas as direções. Posso até conseguir algumas, mas não todas!
- É verdade, minha filha. E não é isso mesmo que acontece com as palavras tolas que você deixa sair? Não é verdade que você inventa histórias que vão sendo espalhadas por aí, de boca em boca, até ficarem fora do seu alcance? Será que você conseguiria segui-las e cancelá-las se desejasse?
- Não, senhor.
- Então, minha filha, quando você sentir vontade de dizer coisas indelicadas sobre seus amigos, feche os lábios. Não espalhe essas penas, pequenas e maldosas, pelo seu caminho. Elas ferem, magoam, e te afastam do principal objetivo da vida que é ter amigos e ser feliz! Pense nisso... Usando apenas lindas palavras...

IBÀ (saudação)

IBA (saudação)

IBA AKODA TO DA TIE LORI EWE.
IBA ASEDA TI TIE NILE PE-NPE.
IBA IYA MI OSORONGA, APAINI MAAHA GUN!
OLOOJO ONI MOJUBA RE.
OLUAIYE MOJUBA RE.
MOJUBA OMODE.
MOJUBA AGBA.
MOJUBA IRUNMOLE OJU KOTUN
MOJUBA IGBAIMOLE OJU KOSI
ABONNIREEGUN MOJUBA RE
MOJUBA ORUNMILA BABA IFA
MOJUBA OBIRIN
MOJUBA OKUNRIN
MOJUBA ILE
MOJUBA ILÉ ODUDUWA
MOJUBA BABA OBATALÁ
MOJUBA BABA AJALA, ALAMO RERE
ELEDA MI MOJUBA
MOJUBA OLORI MI
MOJUBA ORISA ONON
MOJUBA ORISA IGBO
MOJUBA ORISA ODO
MOJUBA ORISA OSA
MOJUBA ORISA OKUN
MOJUBA ORISA OKO
MOJUBA ORISA AFEFE
MOJUBA ORISA OFURUFU
MOJUBA ORISA INON
MOJUBA ORISA ONILE
MOJUBA ORISA OMI
MOJUBA ORISA EWE
MOJUBA BABALORISAS, YALORISAS, BABALAWÒS, APETEBIS, ABIANS
MOJUBA ARÁKÙNRIN MI
KI WA IPADE MESON ORUN
KI OLOORUN IBA MI SE!
ASE! ASE! ASE!

MO NFÉ KÍ OLÓÒRUN ÀTI GBOGBO ÒRÌSÀ
YÒÓ MÚ WÁ FÚN WA PÙPÓ ÌLERA.

SAUDAÇÕES A AKODA, O PRIMEIRO SER CRIADO EM CIMA DA FOLHA.
SAUDAÇÕES A ASEDA, AQUELE QUE CRIOU O SER HUMANO.
LEMBRANÇAS DE VOCÊ EM CIMA DA TERRA
SAUDAÇÕES A SENHORA DOS PÁSSAROS SAGRADOS
SENHOR DONO DO DIA, MEUS RESPEITOS A VÓS
SENHOR DONO DO MUNDO, MEUS RESPEITOS A VÓS
MEUS RESPEITOS AS CRIANÇAS
MEUS RESPEITOS AOS ANCESTRAIS
EU SAÚDO OS 400 ESPÍRITOS DA DIREITA
EU SAÚDO OS 200 ESPÍRITOS DA ESQUERDA,
AGBONNIREGUN, MEUS RESPEITOS A VÓS
MEUS RESPEITOS AO ADVOGADO DA SORTE, PAI DE IFÁ
MEUS RESPEITOS À MULHER
MEUS RESPEITOS AO HOMEM
MEUS RESPEITOS A CASA
MEUS RESPEITOS A TERRA
ODUDUWA, CRIADOR DA TERRA, EU TE SAÚDO
OBATALÁ, SENHOR DA MINHA CRIAÇÃO MEUS RESPEITOS
MEUS RESPEITOS AO PAI CRIADOR DO ORI, OLEIRO DA SORTE
MEUS RESPEITOS AO SENHOR DE MINHA CABEÇA
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DO CAMINHO
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DA FLORESTA
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DO RIO
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DA LAGOA
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DO MAR
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ OKO
MEUS RESPEITOS AOS ORIXÁS DO VENTO
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DO AR
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DO FOGO
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ SENHOR DA TERRA
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DA ÁGUA
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DAS FOLHAS
MEUS RESPEITOS AOS BABALORISAS, YALORISAS, BABALAWÒS, APETEBIS, E ABIANS
MEUS RESPEITOS, MEUS IRMÃOS.
QUE NOS ENCONTREMOS NOS NOVE ESPAÇOS DO ALÉM
QUE DEUS ACEITE MINHA SAUDAÇÃO
ASSIM SEJA!

OFÒ FÚN BIBÓ ORÍ
(encantamento para propiciar a cabeça).

ÒRÚNMÌLÀ NÍ ODI ÈDÙN,
MO NÍ ODI ÈDÙN.
ÒRÚNMÌLÀ NÍ ODI ÈDÙN OKÀN,
MO NÍ ODI ÈDÙN OKÀN.
ONÍ TÍ EGBÉ ENI NBÁ LÓWÓ,
T’A ÀBÁ LÒWÒ,
Ò NÍ ORÍ ENI L’ÀÁ KÉPÈ.
ONÍ TÍ EGBÉ ENI BÁ À NSE,
OHUN RERE TÁÀBÁ RÍ OHUN RERE SE,
Ò NÍ ORÍ ENI L’ÀÁ KÉPÈ.
ORÍ MÌ, WÁ SE LÉ GBÈ LÉHÌN MI.
IGBA, IGBA, NÍ ORÒGBÒ NSO LÓKO;
IGBA, NÍ OBÌ NSO LÓKO .
IGBA, IGBA NÍ ATAARE NSO LÓKO.
IGBA , AJÉ KÓ WOLÉ TÓ MI WÁ.
OÒGÙN, ÀÌSÀN, EJÓ, WÀHÁLÀ,
IKÚ, ÀÍRÍJE, ÀÌRÍMU KÓ PÒÓRÁ .
TÍ EFUN BÁ WO INÚ OSÙN, ÁPÒÓRÁ .
KÍ GBOGBO WÀHÁLÀ MI PÒÓRÁ .
ÀWÍSE NÍ TI IFÁ, ÀFÒSE NÍ TI ÒRÚNMÌLÀ.
ÀBÁ TÍ ALÁGEMO BÁDÁ NI ÒRÌSÀ ÒKÈ NGBÀ.
KON KON NÍ EWÉ INÓN NJÓ,
WÀRÀ, WÀRÀ, NI OMODÉ NBO OKO ÈSÌSÌ.
ILÉ ÒGBÁ ÒNÒN Ò GBÁ NÍ TI ÀRÁGBÁ.
GBOGBO OHUN TÍ MO SO YÌÍ ,
KÍ ARÒ KÓ RÒ MÒ
ÀSE, ÀSE, ÀSE!

ÒRÚNMÌLÀ que fortifica os tristes,
Fortifique-me, eu estou triste.
Òrúnmìlà que fortifica o coração triste,
Fortifique o meu coração triste.
Senhor da comunidade, Aquele que é honrado e respeitado, é a cabeça de alguém cansado que invoca tua ajuda.
Senhor da comunidade, esteja conosco (me acompanhe),
Que as coisas boas nos encontrem, e que obtenhamos coisas boas, é a cabeça de alguém cansado que invoca tua a ajuda.
Minha cabeça, venha cobrir a casa e minha retaguarda.
Duzentos, duzentos, que orògbò cresça na floresta;
Duzentos, que obì cresça na floresta.
Duzentos, duzentos, que atare cresça na fazenda.
Duzentos, que o poder do dinheiro adentre minha casa.
Que as feitiçarias, as doenças, os problemas, as aflições,
A morte, a fome, a sede, desapareçam da minha vida.
Quando efun entra no osùn, ele desaparece.
Que todas as minhas aflições desapareçam.
Que a palavra de Ifá se realize, e a de Òrúnmìlà também.(como um canto)
E ao encontrarem Alágemo realizem-se através dos Òrìsà, que aceitam do alto.
A folha no fogo queima rapidamente, (que meus pedidos realizem-se assim).
Leite, leite, escorra para as crianças em quantidade, como é na Fazenda Èsìsì.
Que minha casa, meus caminhos, meus conhecidos se engrandeçam.
Que todos os meus votos façam desabrochar, e transformar-se para mim,
Afim de que ao nascer do dia eu encontre facilidades.
Assim seja!

ADÚRÀ ORÍ
Reza da cabeça

BÍ MO JÍ LÒWÚRÒ
MÁÀ FI OWO KANRI
N’JÉ ORÍ AJIRE?
ORÍ MI AJIKE
A BÁ NÍ WÁYÉ
MÁSÉ GBÀGBÉ LÀÌWA
IGBÁ, AJÈ KÁRÍ
SÈSÈ LÉNUN EIYE
SÉSÈ LÉNUN ÈGÁ
Ò WÒ ÌRÀWÒ TÍTÍ KÔ DÉ ILÉ
K’Ó WÀ RÍ OMO PÓNLE
LÒJÓ JÚMÓN SÉ OHUN RERE
ORÍ WÒ ÒNÒN IBI RERE FÚN MI
GBÈÈMI IRE
ORISÁ WÒ ÌBIRE SÍ MI BÉÈ IHÒ
ÀSÉ

Se (quando) eu acordo de manhã
Vou perguntar ao meu eléèdá
Minha cabeça, como está você hoje?
Minha cabeça eu te trato como o AJIKE
Aquela que veio conosco para este mundo,
E que nunca se esquece de nós
(Conteúdo de riquezas) O Orisà que você toca nele pela manhã e pede orientação para resolver seus problemas.
O bico do pássaro comprido é ligado á cabeça
O bico de Ègá é comprido
Ele olha e vê as estrelas até onde nunca estive
Aquele que está olhando os filhos que o elogiam
Todas as manhãs (os dias) fazendo com que eles tenham sorte
Cabeça, olhe meus caminhos para que sejam bons para mim
Guie-me e dê-me sorte
Orisà, olhe meus passos para que sejam bons para mim, mesmo que seja num buraco
Que assim seja.

quinta-feira, 5 de março de 2009

UM BÔ-IBÔ FÉ



OGUN LAKAIYE OSIN IMOLE
OGUN, SENHOR DO MUNDO TRABALHA BRILHANTEMENTE
OGUN ALADA MEJI
OGUN DE DUAS ESPADAS
OFI OKAN SANKO
ELE USA UMA FOICE
OFI OKAN YENA
ELE USA UM ANCINHO
OJO OGUN NTI ORI OKEBO
UM DIA OGUN DESCENDO DO MORRO
ASO INÃ LO UM BORA
ELE SE ENROLOU NUMA ROUPA DE FOGO
EWU EJE L’OWO
E NUMA ROUPA DE SANGUE
OGUN ONILE OWO OLO NA OLA
OGUN É O DONO DA CASA, DO DINHEIRO, DA ESTRADA
OGUN ONILE KONGUN KONGUN ORUN
OGUN É O DONO DE MUITAS COISAS NO CÉU
OPON ONI SILE FI EJE WE
ELE TEM EM ÁGUA EM CASA, MAS PREFERE TOMAR BANHO DE SANGUE
OGUN AWO LE YINJU
OGUN GOSTA DE MULHERES BONITAS
EGBE LEHIN OMÓ KAN
ELE SOME COM AS PESSOAS QUE NÃO O RESPEITAM
OGUN MEJE LOGUN MI
OGUN SE DIVIDE EM SETE, MEU OGUN SÃO SETE

UM BÔ-IBÔ FÉ


YIYE NI YE EIYELE
Assim como a pena é para o pombo
ÒRÍ JEKI OYE MI
A minha cabeça é para mim
KI AIYE MI O DARA!
Que meu mundo seja bom!
KI ONÃ MI LÀ SI RERE!
Que meu caminho seja de sorte!
OGBÓ LÓ NÍ KÍ E GBÓ ÒRÒ SI MI LENU OGBÁ
As palavras são as palavras da boca de OGBÓ
ÒGBÀ LÓ NÍ KÍ E GBA TEEMI SI RERE Ò GBA
Ogbá é quem está pedindo para que meu caminho seja bom
ÀBA TI ALAGEMO BA DA
Qualquer coisa que venha de ALAGEMO é aceita
OÚN NI ÒRÌSÁ ÒKÈ Ì GBÁ
pelo orixá ÒKÈ que é o dono da montanha
E GBÁ TEMI SI RERE!
Aceitem que minhas coisas sejam boas!
ASÉ ASÉ ASÉ

DOTÉ VICENTE DE LISSÁ

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

ORUMMILÁ,TE VENERO!



Orunmila, te venero
Orunmilá, te venero para sobreviver
Orunmilá, te venero para alcançar meus objetivos
Você que ensina a reconhecer o caminho da sorte
Saudamos Orunmila para que tudo o que fizermos seja bem sucedido. Saudamos Orunmila para que possamos sobreviver. Saudamos Orunmilá para termos axé.
Exú receba sua oferenda e nos abra caminho
Exú me proteja para eu não perder a paciência
Exú me proteja para que as pessoas não percam a paciência comigo
Ifá, bom dia a você na cidade de Ado.
Ifá, bom dia a você na cidade de Ilare.
Ifá, bom dia a você ai onde está, no local onde se escolhe o destino
Você que vive coroado, forte e firme como um elefante
Você que é sábio, calmo e gentil
Que também vive da magia.
Oh, Ifá, bom dia para você!
Oh, Ifá, bom dia para você!
Oh, Ifá, bom dia para você!
Oh, Orunmilá, bom dia para você!
Oh, Orunmilá, bom dia para você!
Oh, Orunmilá, bom dia para você!
Oh, Ela, que realiza casamentos, bom dia para você!
Oh, Ela, que realiza casamentos, bom dia para você!
Oh, Ela, que realiza casamentos, bom dia para você!
Você, rei que coroa outros reis, bom dia para você!
Ifá, eu te chamo para ouvir os meus problemas
Ifá, eu te evoco para ouvir os meus problemas
Ifá, você é Olugbo, aquele que ouve os problemas dos outros e orienta
Você, que com sabedoria e toda a dedicação ouve os problemas dos outros
Você, que veio da cidade de Ifé
Ifá venha para a terra ouvir o que seu filhote tem a dizer
Eku ageje ao andar corre
Quando eku ekasa ouve o choro do filhote não consegue ficar parado
O poder do fogo é sempre ode queimar por inteiro
Você venerável cidadão de Ifé,
Que se veste de mariwo,
Bom dia para você , no palácio Ado
O Rei Alake ao acordar não acorda melhor que você
Ifá, bom dia a você!
O morador da floresta ao acordar não acorda melhor que você
Ifá, bom dia a você!
O Rei de Benin ao acordar não acorda melhor que você
Ifá, bom dia a você!
O Rei de Ijebu ao acordar não acorda melhor que você!
Pedimos para que o awo não se torne ogberiO dia da minha morte
Certamente Ifá o adiará
Saúdem Ifá.
Faça com que o awo não se torne ogberi
Passei a mão na minha cabeça
Para espantar o azar
Saúdem Ifá
Faça com que o awo não se torne ogberi
Orunmila, seja bem vindo!
Orunmila, se você estiver onde nasce o sol, venha me ouvir
Orunmilá, se você estiver onde o sol se põe, venha me ouvir.

ORÍKÌ TI ÈSÚ



Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Èsú láaróyè, Èsú láaróyè

Èsú láaróyè, È s ú láaróyè

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Èsú Láàlú Ogiri Òkò Ebìtà Okùnrin

Èsú Láàlú Ogiri Òkò E bìtà O kùnrinIyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Èsú òta òrìsà

Èsú inimigo de Orixá

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Osétùrá l'oruko bàbá mó ó

Oxeturá é o nome pelo qual é chamado por seu pai

Alágogo ìjà l'oruko ìyá npè o

Alágogo Ìjà, é o nome pelo qual sua mãe o chama

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Èsú Òdàrà, omokùnrin Ìdólófin

Èsú bondoso, filho homem da cidade de Ìdólófìn

O lé sónsó sórí orí esè elésè

Aquele que tem a cabeça pontiaguda fica no pé das pessoas

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Kò jé, kò jé kí eni nje gbe e mì

Não come e não permite que ninguém coma ou engula o alimento

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

A kìì lówó láì mu ti Èsú kúròQuem tem riqueza reserva para Èsú a sua parte

A kìì láyò láì mu ti Èsú kúrò

Quem tem felicidade reserva para È s ú a sua parte

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Asòntún se òsì láì ní ítijú

Fica dos dois lados sem constrangimento

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Èsú àpáta somo olómo lénu

Èsú, montanha de pedras que faz o filho falar coisas que não deseja

O fi okúta dípò iyó

Usa pedra em vez de sal

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Lóògemo òrun a nla kálù

Indulgente filho do céu cuja grandeza está em toda a cidade

Pàápa-wàrá, a túká máse sà

Apressadamente fragmenta o que não se junta nunca mais

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

Èsú máse mi, omo elòmíran ni o se

Èsú não me faça mal, manipule o filho do outro

Èsú máse, Èsú máse, Èsú máse

Èsú não faça mal, Èsú não faça mal, Èsú não faça mal

Iyìn o, iyìn o Èsú n má gbò o

Èsú escute o meu louvor à ti

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

À meu Orí


BÍ MO JÍ LÒWÚRÒ
MÁÀ FI OWQ KANRI
N'JÉORÍÀJIRÉ?
ORÍ MI AJIKE
A BA NÍ WÁYÉ
MÁSÉ GBÀGBÉ LÀÍWA
IGBÁ, AJÈ KÁRÍ
SÈSÈ LÉNUN EIYE
SÈSÈ LÉNUN ÈGÀ
Ò WÒ IRÁ WÒ TÍTÍ KÔ DÊ ILÉ
K'Ó WÀ RÍ OMO PÓNLE
LÒJÓ JÚMÓN SÉ OHUN RERE
ORÍ WÒ ÒNÒN IBI RERE FÚN MI
GBÈÈMI IRE
ÒRÍSÁ WÒ IBIRE SÍ MI BÉÈ IHÒ ASE

Pergunto ao meu Eléèdá
Minha cabeça, como está você hoje?
Minha cabeça eu trato como o Àjiké
Aquela que veio conosco para este mundo,
E que nunca se esquece de nós
Conteúdo de riquezas é o Òrisà que toco nele pela manhã e peço orientação para resolver meus problemas.
O bico do pássaro comprido é ligado à cabeça
O bico do Ègá é comprido
Ele olha e vê as estrelas até onde nunca estive
Aquele que está olhando os filhos que o elogiam
Todas as manhãs fazendo com que eles tenham sorte
Cabeça olhe meus caminhos para que sejam bons pra mim
Guie-me e dê-me sorte
Òrïsà olhe meus passos para que sejam bons pra mim, mesmo que seja num buraco

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Oração para Nanã



Oh! Mãe dos mananciais. Senhora da renovação da vida. Mãe de toda criação.
Orixá das águas paradas. Mãe da sabedoria.
Dai-me a calma necessária para aguardar com paciência o momento certo para tomar minhas decisões.
Que a tua luz neutralize todas as forças negativas à minha volta. Daí-me à tua serenidade e faz de mim um filho abençoado nos caminhos da paz, do amor e da prosperidade.
DEUS SALVE NANÃ BURUQUÊ!
SALÚBA!

ORAÇÃO PARA NANÃ
Mãe protetora de todos nós. Senhora das águas opulentas. Deusa das chuvas benévolas. Deixai cair sobre nós à chuva divina da tua bondade fecunda e infinita. Salubá Nanã Buruquê! Purificai com tuas forças nossa atmosfera para que possa-mos ser envolvidos pelos teus olhos maravilhosos. Saluba Nanã Buruquê! Que assim seja!


À minha mãe Nanã,
eu peço a benção e proteção
para todos os passos de minha vida.
À minha mãe Nanã,
eu peço que abençoe o meu coração,
minha cabeça, meu espírito e meu corpo.
Que aos poderes dados
somente à Senhora das Senhoras,
sejam caridosos e benevolentes,
e me escondam de meus inimigos
ocultos e poderosos.
Minha querida Mãe e Senhora,
tenha piedade de meu coração.
Minha querida Mãe e Senhora,
faça com que eu seja puro de coração
para merecer a sua proteção e caridade.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Eku e Avun


No culto dos Voduns, Eku é visto como um Deus acompanhado sempre de um avun. Essa é uma das razões que, dentro dos Templos de Voduns, a entrada desse animal é proibida. Porém, os sacerdotes reservam uma área fora dos templos, onde esses animais são criados para que sejam os guardiões das almas, impedindo-as de entrarem nos Templos além de encaminhá-las.
Os Vodunos, Bokonos, Ahougans, Sofós, Vodunsis e outros, acreditam que Vodum Ewa sempre espreita o temido Deus Eku para que esse nunca pegue ninguém desprevenido, além de sempre tentar desviá-lo de seu caminho.
Os velhos Vodunos contam-nos várias histórias para justificar a proibição de avuns em Templos Voduns. Vejamos algumas delas:
1 - Um dia, Aveheketi estava pescando e enchendo um balaio com muitos uhui, que levaria para sua aldeia, para saciar a fome dos seus. Daí, enquanto ele estava distraído em sua pescaria, os avuns vieram e sem que ele os visse, devoraram todos os uhui. Quando Aveheketi terminou sua pescaria e voltou-se para o balaio, o encontrou vazio e ainda pode avistar os avuns se afastando com seus uhui. Desse dia em diante, Aveheketi proibiu a presença de avuns em seus domínios, ato esse que foi seguido por toda a sua família que é a de Heviosso. Nos kwes de Jeje, principalmente aqueles regidos por Heviosso ou mesmo Xangô, é proibido a presença de avuns. Aveheketi diz que em Kwes que tem avuns, nenhum membro da família Heviosso comparece.
2 - Um avun roubou o fogo de Dan, de Dan Wedo, das divindades celestes ou do Grande-Espírito para trazê-lo na ponta de sua husi, e por isso, os Voduns têm pavor de avuns.
3 - A repulsa ao avun nos Templos dos Voduns, é a interdição implacável sofrida por esse animal, pelos muçulmanos, povo que muito influenciou a cultura africana. Eles fazem do avun, a imagem daquilo que a criação comporta de mais vil. O avun, devorador de oku é um animal impuro. Por essa razão também, acreditam que os deuses jamais entram em um Templo onde se encontra um avun.
Não há, sem dúvida, mitologia alguma que não tenha associado o avun à morte, aos infernos, ao mundo subterrâneo, aos impérios invisíveis regidos pelas divindades ctonianas ou selênicas.
A primeira função mítica do avun universalmente atestada, é a de guia do homem na noite da iku, após ter sido seu companheiro no dia da vida.
Vemos, em muitas culturas, o avun emprestar seu rosto a todos os grandes guias de almas. Têm por missão aprisionar ou destruir os inimigos da luz e guardar as Portas dos locais sagrados, reino dos okus, país de gelo e de trevas.
Algumas tradições chegam a criar avuns especialmente destinados a acompanhar e a guiar os okus no Além.
Atribui-se também ao avun como intercessor entre este mundo e o outro, atuando como intermediário quando os vivos querem interrogar os okus e as divindades subterrâneas do país dos okus.
Na África, o avun possui a dom da clarividência e, além de sua familiaridade com iku e com as forças invisíveis da noite, é considerado um grande feiticeiro.
É um costume africano, em seus banquetes funerários, oferecerem aos avuns a parte que caberia ao oku, após ter pronunciado estas palavras:
"A heaiye hesóa iwo ho hebo
Ébe ti eke oku sòa tiwo hoho ti bo"
"Quando vivias, eras tu mesmo quem comia.
Mas agora que estás morto, é tua alma que come!"
Também na cultura africana, encontramos feiticeiros com trajes feitos de peles curtidas de avun, o que mostra o poder divinatório outorgado a esse animal.
Em Porto Novo, Maupoil, num de seus relatos, conta que um de seus informantes, confiou-lhe o seguinte: a fim de reforçar o poder de seu oráculo divinatório, ele o deixaria enterrado durante alguns dias dentro da barriga de um avun que imolara especialmente com essa finalidade.
Enfim, seu conhecimento do mundo do Além, bem como do mundo em que vivem os seres humanos, faz do avun senhor e conquistador do fogo, sempre ligado a iku, a clarividência, a feitiçaria e as forças invisíveis.

Vocabulário:

Vodunos - sacerdotes
Bakonos - sacerdote de Fá
Ahougan - sacerdote feito de Vodum
Sofó - sacerdotisa feita de Vodum
vodunsis - feitos de Voduns (yao)
Avun - cão
Eku - Deus da Morte
Iku - morte
Husi - cauda
Uhui - peixe
Dan Wedo - Deus do arco-íris, arco-íris
Oku - cadáver, morto

Fonte: www.kwecejaneji.org
O se, o se o, o se o Eu agradeço, agradeço, agradeço Osè baba wa Por existires Pai (em mim) O se, o se o, o se o Eu agradeço, agradeço, agradeço Osè baba wa Por existires Pai em mim
Image Hosted by ImageShack.us

AYÉ - conjunto das forças do bem e do mal

Como foi dito, não existe um ORISA que apóie mais o homem do que o seu próprio ORI: um trecho do adurá (reza) feito durante o assentamento de um IGBA-ORI diz: KORIKORI Que com o ase do próprio ORI, O ORI vai sobreviver KOROKORO Da mesma forma que o ORI de Afuwape sobreviveu, O seu sobreviverá. Ele será favorável a você. Tudo de que você precisa, Tudo o que você quer para a sua vida, É ao seu ORI que você deverá pedir. É o ORI do homem que ouve o seu sofrimento...

Homenagem de Carmen à Carmen

É uma cigana encantadora que gosta de festa, música, dança e muitos sorrisos. Trabalha juntamente com todas as forças da natureza, principalmente as do fogo, pois atua com as Salamandras. Utiliza estrelas de cinco e seis pontas que represe respectivamente a magia e o amor. Também utiliza a simbologia de uma espiral que é uma forma da antiga escrita voltada para a magia, cura espiritual e física, e a promessa de proteção contínua para a médium e os que a rodeiam. Há muito tempo não reencarna aqui, mas também faz parte da grande missão de outros seres terrenos e de diversos tipos de entidades. Tomou a identidade de cigana por ter sido a última em que passou por aqui, e foi preciso haver uma adaptação dela para chegar mais próxima das pessoas deste mundo, e assim atingir mais as massas, podendo assim se expressar e atender aos pedidos das pessoas, trabalhando com os seus sentimentos. Seu trabalho é feito da seguinte forma: desperta nas pessoas o poder que elas mesmas possuem em realizar coisas boas. A entidade é uma mensageira de amor, e uma representante do elo entre tantos mundos. Nada mais faz do que pedidos a entidades superiores, a respeito dos suplícios dos consulentes, e estes recebem a graça pelo seu próprio merecimento. O seu trabalho mais importante é o despertar das pessoas para a espiritualidade e para a humildade, que para ela, caminham juntas. Por isso escolheu a Umbanda, e em especial este templo, onde isto é tratado com bastante cuidado e responsabilidade. A espiritualidade uniu estas pessoas propositadamente, são claro também, tantos outros grupos espalhados por todo o planeta. Quando passou por aqui foi uma ciganinha bastante bem humorada, e desde cedo foi iniciada em magia por uma cigana mais velha. Chamavam-na de feiticeira da tribo. Fez muitas coisas boas, e coisas ruins também, pois trabalhavam com a cura e com interesses próprios, tais como o ouro. Desencarnou ainda jovem; não se casou, porém já estava prometida a um cigano bem mais velho. Se revoltou com isto, pois havia se apaixonado por um homem de fora da tribo, e com isto a deixaram de lado por um bom tempo. Deveria casar-se aos 14 anos, mas tinha que esperar o tal cigano passar por alguns rituais. Foi aí que aproveitou. Mesmo sendo deixada de lado, vivia sempre feliz e sorridente e encontrava-se com o tal homem de uma tribo bastante diferente da dela. Começou a aprender com ele a magia dos índios e da natureza, e quando sua tribo descobriu, fizeram uma grande festa para ela. Convidaram toda a tribo indígena e o seu futuro marido matou os dois no meio de toda a tribo, amarrados a uma árvore, com o seu punhal em seus corações. Foi escolhida esta morte para servir de exemplo a outras ciganas. Mas, desencarnou feliz ao lado da pessoa que amava e com sua personalidade fortalecida. Material de Trabalho: Bola de Cristal, Pêndulos, muitas pedras, incensos, velas coloridas, entre outros. Locais de Entrega: Em campos embaixo de uma árvore. Bebe: Vinho tinto Fuma: Cigarros de preferência os que contêm cravo. Amigos nos ajude a dar créditos a quem o fez por merecer, infelizmente desconheço o AUTOR

Feiticeiro Negro

Image Hosted by ImageShack.us “Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo cativo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros. Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista: - Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia. - De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão. - Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração fará um dia voar às alturas. - Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como a águia. Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse: - Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não á terra, então abra suas asas e voe! A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, cicscando grãos. E pulou para junto delas. O camponês comentou: - Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha! - Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã. No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurou-lhe: - Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe! Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando no chão, pulou e foi para junto delas. O camponês sorriu e voltou à carga: - Eu lhe havia dito, ela virou galiha! - Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar. No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levantaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas. O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe: - Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra abra suas asas e voe! A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e a vastidão do horizonte. Neste momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, e voar para o alto, a voar cada vez mais alto. Voou... voou... até confundir-se com o azul do firmamento...” E Aggrey terminou conclamando: - Irmãos e irmãs, meus compatriotas! Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus! Mas houve pessoas que nos fizeram pensar como galinhas. Mas nós somos águias. Por isso, companheiros e companheiras, abramos as asas e voemos. Voemos como as águias. Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar.
Image Hosted by ImageShack.us
Image Hosted by ImageShack.us

Para mim tu és Gabriel o enviado dos seres encantados que veio à terra no seio da minha família fortalecer o amor e a espiritualidade em nossos caminhos.Amor mágico de sorriso encantado obrigado por alegrar os dias e noites dessa minha existência tú és fruto do meu fruto e abençoado sejas sempre.ti amo bjs mágicos