sábado, 31 de maio de 2008

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Canto das três raças - Clara Nunes

Ninguém ouviu um soluçar de dor no canto do Brasil
um lamento triste sempre ecoou, desde que o índio guerreiro
foi pro cativeiro e de lá cantou
Negro entoou um canto de revolta pelos ares
no Quilombo dos Palmares, onde se refugiou
Fora a luta dos Inconfidentes pela quebra das correntes
nada adiantou
e de guerra em paz, de paz em guerra
todo o povo desta terra quando pode cantar
canta de dor

Ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh
Ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh oh ôh ôh ôh

E ecoa noite e dia, é ensurdecedor
ai, mas que agonia o canto do trabalhador
esse canto que devia ser um canto de alegria
soa apenas como um soluçar de dor.

Ôh ôh ôh ôh ôh oh, ...

Afoxé para Logun - Clara Nunes



Menino caçador
Flecha no mato bravio
Menino pescador
Pedra no fundo do rio

Coroa reluzente
Todo ouro sobre azul
Menino onipotente
Meio Oxóssi, meio Oxum

Menino caçador
Flecha no mato bravio
Menino pescador
Pedra no fundo do rio

Coroa reluzente
Todo ouro sobre azul
Menino onipotente
Meio Oxóssi, meio Oxum

Eh..., quem é que ele é?
Ah..., onde é que ele está?
Axé, menino, axé!
Fara Logun, Fara Logun, Fá
Axé, menino, axé!
Fara Logun, Fara Logun, Fá

Menino, meu amor
Minha mãe, meu pai, meu filho
Toma teu axoxô
Teu onjé de coco e milho

Me dá do teu axé
Que eu te dou teu mulucum
Menino, doce mel
Meio Oxóssi, meio Oxum.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

domingo, 25 de maio de 2008

História de Mavambo

Esta história de Mavambo, que também conhecemos como Nzila, conta que ele era um ser muito independente em relação aos outros Minkisi pelo fato de ser o primogênito e ter aprendido tudo sobre o mundo com o pai dele, com o criador.
Com a chegada dos outros irmãos, dos outros Minkisi, e dos seres que habitariam o mundo, ele se sentia um pouco frustrado de ter que aprender novamente as lições já repassadas por Nzambi Umpungu. Autônomo e mandão, ele solicitou do criador a possibilidade de criar um continente onde ele pudesse reinar. Nzambi concedeu seu pedido e ele criou seu reino achando que isso resolveria os seus problemas. No entanto ele se sentiu só uma vez que nesse universo não habitava ninguém e ele começou a criar seres a partir de sua própria energia, do seu próprio sangue que deixava pingar no chão e dele brotavam criaturas.
Com o passar do tempo ele povoou a terra com uma infinidade de seres que, não tendo a possibilidade de se alimentar de outra forma, pois em seu reino ainda não havia plantas e minerais, recorriam à energia de Mavambo para continuar a se desenvolver, se alimentar. Isso foi o deixando cada vez mais fraco, pois ele como o criador desses seres, precisava continuar doando sua própria força para que eles crescessem.
Não tendo mais forças para doar, Mavambo recorreu ao pai para saber o que deveria fazer. Nzambi lhe disse que pelo fato de ele ter criado os seres a partir de sua própria força vital, de seu sangue, ele deveria fazer um trato com eles para que lhe ofertassem energia.
Ao retornar ao seu reino, Mavambo criou uma série de animais e plantas para que eles servissem aos seres como ofertório para repor a energia que gastou na criação. É por isso que no Candomblé nós utilizamos animais, plantas e comidas como alimento aos Minkisi e à nossa própria energia.
Sagaz como ele próprio, e antevendo que ao criar esses seres os homens passariam a utilizar dele para repor sua própria energia, esquecendo-se daquele que os criou, Mavambo ordenou que o primeiro Kudiá (comida) do dia deveria ser ofertado a ele. No entanto, como grande articulador que é ele não deixou que os seres soubessem que aquela energia contida no ofertório era pra repor a sua própria.
Fazendo uma correspondência com a história viva e praticada diariamente no Candomblé, é por esse motivo que sempre, em qualquer atividade ou oferenda que fazemos em nossos ritos, é ele quem recebe primeiro o alimento, a energia. Essa ação é necessária uma vez que, sendo ele o conhecedor de todos os caminhos e segredos do mundo, o grande mago, ele precisa de muita energia para resolver nossos problemas, achar soluções e articular com outros seres as condições necessárias para que nossas contendas se resolvam.
A história do ser humano enquanto Nkisi tem muita correspondência com a nossa história atual. O que eu entendo é que quando damos uma comida à Nzila, faz pra ele um ofertório seja de nível vegetal, animal, mineral ou mesmo de luz, é para alimentá-lo, e a nossa própria energia, para que ele aja em nosso favor. Nós damos à luz para que ele também possa nos trazer a luz.
No entanto, é preciso que saibamos recorrer a ele sabendo exatamente aquilo que estamos pedindo. Mavambo, pelo fato de ter sido muito independente e ter aprendido seus limites a partir de sua própria experiência, nos empresta sua energia, mas divide conosco a responsabilidade pelos nossos desejos e vontades. Ele quer que sejamos humildes quando recorremos a ele nos ensinando ter responsabilidade pelos nossos desejos e agüentando a responsabilidade sobre eles.

Candomblé Angola - Kongo

No processo de conhecimento pessoal e espiritual do iniciado no Candomblé, o conhecimento de seu nkisi, de sua energia interna, é significativo. É a partir desse dado e das observações pessoais dos zeladores, oferendas e rituais que se fortalecem os valores e crenças dos iniciados.
Dentro do culto Angola-Kongo do Candomblé, existe um incontável número de minkisi (plural de nkisi na língua kikongo). No entanto, os mais cultuados no Brasil estão associados a algum tipo de energia da natureza. Seus filhos, iniciados ou não no culto, estão vinculados a essas energias e carregam como herança suas características.
Como todo rito de tradição oral, os ensinamentos sobre cada um dos minkisi são transmitidos dos iniciados mais velhos aos mais novos. É nessa dinâmica que não apenas as histórias, mas os conhecimentos e segredos são compartilhados entre todos os praticantes da religião.
Os minkisi cultuados no Candomblé Angola-Kongo são: Mavambo; Nkosi-Mavambo; Nkosi; Tawamin; Ngongobila; Teleku Mpensu; Katende; Hongolo; Kafundeji; Nzazi; Matamba; Kitembu; Kayaia; Ndandalunda; Nzumba; Nvunji; Lemba; Lembarenganga.



terça-feira, 20 de maio de 2008

Um Babalaô me contou

Antigamente, os orixás eram homens.
Homens que se tornaram orixás por causa de seus poderes.
Homens que se tornaram orixás por causa de sua sabedoria.
Eles eram respeitados por causa de sua força,
Eles eram venerados por causa de suas virtudes. Nós adoramos sua memória e os altos feitos que realizaram. Foi assim que estes homens tornaram-se orixás. Os homens eram numerosos sobre a Terra. Antigamente, como hoje,
Muitos deles não eram valentes nem sábios. A memória destes não se perpetuou
Eles foram completamente esquecidos;
Não se tornaram orixás.
Em cada vila, um culto se estabeleceu
Sobre a lembrança de um ancestral de prestígio
E lendas foram transmitidas de geração em geração para render-lhes homenagem".
Lendas Africanas dos Orixás,
Pierre Verger

domingo, 18 de maio de 2008

Lenda de Hongolo

Image Hosted by ImageShack.us Mama Zumba, divindade antiga e respeitada, costumava habitar lagos e lamaçais, pois remexia o iungo (terra) preparando-o para Nzambi enviar todos os serem e vegetais criados por ele e assim, povoar a terra. Mas sentia uma enorme tristeza e solidão. Até que certo dia pediu a Nzambi que enviasse ao iungo um ser que pudesse acompanhá-la em seu trabalho.
Nzambi atendendo seu pedido preparou uma massa contendo móio (sopro da vida, a energia vital) , enviando ao iungo, pediu para que Mama Nzumba enterrasse bem fundo para que o ser fosse gerado no próprio iungo. Então, do seio da terra surgiu Hongolo, um ser capaz de transportar a água da lagoa e dos rios até a onde mama Nzumba remexia a terra.
Com o passar do tempo Nzambi povoou a terra e surgiram animais de todas as qualidades e junto com eles vários seres com formato de Hongolo (cobra), porém sem o poder que Nzambi conferiu a Hongolo.
Os homens povoaram a terra, e com o tempo se tornaram ferozes caçadores e passaram a dizimar os animais criados por Nzambi e no decorrer destas caçadas avistaram Hongolo transportando a água dos lagos e logo atacaram a divindade que mergulhou na lagoa para se proteger e lá permaneceu.
Mama Nzumba ao perceber que Hongolo não mais transportava a água voltou a lagoa a sua procura. Hongolo, então, contou o fato a Mama Nzumba que pediu que ele se escondesse atrás das nuvens e só descesse ao Iungo quando realmente não houvesse perigo.
Mas os homens continuavam a dizimar todas as cobras, que, sendo terrestres e frágeis, nada podiam fazer. Certo dia Hongolo, furioso ao ver seus semelhantes mortos, desceu das nuvens e mordeu a terra, chamando todas as cobras para dentro do buraco. Pediu para que procriassem sempre dentro da terra e as ensinou a nadar para fugir dos caçadores. Mas um problema maior o preocupava como fariam para se defender?
Recorreu, então, a Mama Nzumba divindade mais antiga que lhe disse haver uma divindade capaz de ajudá-lo, e que deveria procurá-lo na floresta, pois lá era sua morada, onde vivia sob sua proteção e que antes de entrar deveria gritar seu nome "Katende"..
Hongolo assim o fez e Katende ofereceu sua ajuda levando todas as cobras para a floresta e quando ia alimentá-las assoviava para que viesse apanhar as folhas e frutas.
Algum tempo se passou e Hongolo retornou à floresta para ver como andavam seus semelhantes, as cobras, e foi aí que percebeu que algumas tinham adquirido um poder mortal através das folhas que Katende as alimentava, o poder era tão perigoso que podia matar um homem em segundos e elas serviam de guardiãs.
Hongolo então emanava móio que se apresentava em forma de colorido por todo o corpo e transferiu às cobras que se tornou de várias cores e pediu as guardiãs do poder para só usarem o veneno para sua defesa e que dessem um aviso antes de desferi-lo. E até hoje os homens temem as cobras guardiãs e ninguém deve se atrever a assoviar nas matas pois elas se apresentam pensando que Katende quer alimentá-las com as folhas do poder.
E quando a chuva termina, Hongolo morde a terra relembrando o poder, e todas as cobras saem do seio da terra para reverenciar aquele que se apresenta majestosamente colorido, e muitas vezes retornam a sua primeira morada para transportar água para Mama Nzumba remexer a terra.
Fonte: Tata Nkasuté

Lenda de Kitembu

Houve uma época em que as diembu bantu (tribos bantu) sofriam com a morte, principalmente de crianças e as mulheres com hemorragia não conseguiam parir.
O Sobá (rei) então procurou o Nganga ia Ngombo (adivinho) e sugeriu que fizesse uma consulta através do minenge ia ngombo (cesto da adivinhação), para saber o motivo daquele sofrimento.
Nganga então obteve a resposta, as tribos bantu estavam sendo atacadas por Mgungula(espíritos trevosos) e que deveriam prestar culto ao Nkisi Kitembu (Nkisi da vida e da evolução), para que a vida voltasse ao seu ciclo natural. O Sobá imediatamente reuniu todas as tribos bantu e fizeram grande oferenda ao Nkisi Kitembu e da terra brotou um pó branco "PEMBA" que até hoje podemos ver em barrancos.PEMBA é o espírito do grande pai de todas as tribos bantu "Nkulu a Lunga" e esfregaram ao corpo aquele pó branco ficando livre de qualquer maldade. Assim, o povo bantu cresceu por toda a África e em homenagem ao Nkisi Kitembu levantaram um mastro bem alto com uma bandeira branca na ponta simbolizando "PEMBA" que quando balança com o vento, mostra a direção que o povo bantu deve seguir para não ter sofrimento.Kitembu é simbolizado por uma grelha (suplício, sofrimento), uma escada (crescimento, evolução) uma seta que aponta o duilo (fazendo uma ligação entre o céu e a terra), um ancinho, instrumento agrícola próprio para juntar palhas (restos do suplício humano) e cabaça (masculino e feminino, como conta a criação).

sexta-feira, 16 de maio de 2008

O ser humano, em qualquer estágio de sua evolução, sempre necessitou de símbolos para demonstrar aquilo que é impalpável. Assim foram surgindo os símbolos de mando, de poder, de ascensão social, os religiosos e muitos outros.Os símbolos são indispensáveis a todas as atividades humanas, “servem para expressar a experiência, dar sentido à vida e compreender muitas verdades”. Não diferindo de qualquer outro povo, os bantus tem sua cultura e religião calcadas no simbolismo. Vejamos alguns de seus símbolos, quer sejam religiosos ou não, de vez que explicam a vida: homem (especialmente o casado) – simboliza o sol porque é aquele que fecunda; mulher – simboliza a lua e a terra que é fecundada pelo sol; iniciação – simboliza a morte e a ressurreição; elefante – simboliza a realeza; tartaruga – simboliza a sabedoria, por sua longevidade; pantera – simboliza a nobreza; aranha – simboliza a prudência, trabalho, criação; serpente – simboliza a astúcia e a rapidez; fogo – simboliza a força, virilidade, riqueza; água – simboliza a purificação, cura, benção, fecundidade e germinação; vermelho – simboliza o sangue, vida, guerra, coragem, realeza; branco – simboliza os antepassados, inocência, vida triunfantesobre a morte, alegria; preto – simboliza o mistério, o caos, a morte; estatuetas – simbolizam os ancestrais, divindades; bastões, pulseiras, braceletes – simbolizam posição de mando, posição social ou religiosa;pedras e relíquias várias – simbolizam divindades, entes sobrenaturais; lufada de vento quente ao meio do dia – feitiço.
O se, o se o, o se o Eu agradeço, agradeço, agradeço Osè baba wa Por existires Pai (em mim) O se, o se o, o se o Eu agradeço, agradeço, agradeço Osè baba wa Por existires Pai em mim
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AYÉ - conjunto das forças do bem e do mal

Como foi dito, não existe um ORISA que apóie mais o homem do que o seu próprio ORI: um trecho do adurá (reza) feito durante o assentamento de um IGBA-ORI diz: KORIKORI Que com o ase do próprio ORI, O ORI vai sobreviver KOROKORO Da mesma forma que o ORI de Afuwape sobreviveu, O seu sobreviverá. Ele será favorável a você. Tudo de que você precisa, Tudo o que você quer para a sua vida, É ao seu ORI que você deverá pedir. É o ORI do homem que ouve o seu sofrimento...

Homenagem de Carmen à Carmen

É uma cigana encantadora que gosta de festa, música, dança e muitos sorrisos. Trabalha juntamente com todas as forças da natureza, principalmente as do fogo, pois atua com as Salamandras. Utiliza estrelas de cinco e seis pontas que represe respectivamente a magia e o amor. Também utiliza a simbologia de uma espiral que é uma forma da antiga escrita voltada para a magia, cura espiritual e física, e a promessa de proteção contínua para a médium e os que a rodeiam. Há muito tempo não reencarna aqui, mas também faz parte da grande missão de outros seres terrenos e de diversos tipos de entidades. Tomou a identidade de cigana por ter sido a última em que passou por aqui, e foi preciso haver uma adaptação dela para chegar mais próxima das pessoas deste mundo, e assim atingir mais as massas, podendo assim se expressar e atender aos pedidos das pessoas, trabalhando com os seus sentimentos. Seu trabalho é feito da seguinte forma: desperta nas pessoas o poder que elas mesmas possuem em realizar coisas boas. A entidade é uma mensageira de amor, e uma representante do elo entre tantos mundos. Nada mais faz do que pedidos a entidades superiores, a respeito dos suplícios dos consulentes, e estes recebem a graça pelo seu próprio merecimento. O seu trabalho mais importante é o despertar das pessoas para a espiritualidade e para a humildade, que para ela, caminham juntas. Por isso escolheu a Umbanda, e em especial este templo, onde isto é tratado com bastante cuidado e responsabilidade. A espiritualidade uniu estas pessoas propositadamente, são claro também, tantos outros grupos espalhados por todo o planeta. Quando passou por aqui foi uma ciganinha bastante bem humorada, e desde cedo foi iniciada em magia por uma cigana mais velha. Chamavam-na de feiticeira da tribo. Fez muitas coisas boas, e coisas ruins também, pois trabalhavam com a cura e com interesses próprios, tais como o ouro. Desencarnou ainda jovem; não se casou, porém já estava prometida a um cigano bem mais velho. Se revoltou com isto, pois havia se apaixonado por um homem de fora da tribo, e com isto a deixaram de lado por um bom tempo. Deveria casar-se aos 14 anos, mas tinha que esperar o tal cigano passar por alguns rituais. Foi aí que aproveitou. Mesmo sendo deixada de lado, vivia sempre feliz e sorridente e encontrava-se com o tal homem de uma tribo bastante diferente da dela. Começou a aprender com ele a magia dos índios e da natureza, e quando sua tribo descobriu, fizeram uma grande festa para ela. Convidaram toda a tribo indígena e o seu futuro marido matou os dois no meio de toda a tribo, amarrados a uma árvore, com o seu punhal em seus corações. Foi escolhida esta morte para servir de exemplo a outras ciganas. Mas, desencarnou feliz ao lado da pessoa que amava e com sua personalidade fortalecida. Material de Trabalho: Bola de Cristal, Pêndulos, muitas pedras, incensos, velas coloridas, entre outros. Locais de Entrega: Em campos embaixo de uma árvore. Bebe: Vinho tinto Fuma: Cigarros de preferência os que contêm cravo. Amigos nos ajude a dar créditos a quem o fez por merecer, infelizmente desconheço o AUTOR

Feiticeiro Negro

Image Hosted by ImageShack.us “Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo cativo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros. Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista: - Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia. - De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão. - Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração fará um dia voar às alturas. - Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como a águia. Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse: - Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não á terra, então abra suas asas e voe! A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, cicscando grãos. E pulou para junto delas. O camponês comentou: - Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha! - Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã. No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurou-lhe: - Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe! Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando no chão, pulou e foi para junto delas. O camponês sorriu e voltou à carga: - Eu lhe havia dito, ela virou galiha! - Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar. No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levantaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas. O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe: - Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra abra suas asas e voe! A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e a vastidão do horizonte. Neste momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, e voar para o alto, a voar cada vez mais alto. Voou... voou... até confundir-se com o azul do firmamento...” E Aggrey terminou conclamando: - Irmãos e irmãs, meus compatriotas! Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus! Mas houve pessoas que nos fizeram pensar como galinhas. Mas nós somos águias. Por isso, companheiros e companheiras, abramos as asas e voemos. Voemos como as águias. Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar.
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Para mim tu és Gabriel o enviado dos seres encantados que veio à terra no seio da minha família fortalecer o amor e a espiritualidade em nossos caminhos.Amor mágico de sorriso encantado obrigado por alegrar os dias e noites dessa minha existência tú és fruto do meu fruto e abençoado sejas sempre.ti amo bjs mágicos