
Os beneficiados
Os terreiros beneficiados são os seguintes: Bate Folhinha (Manso Banduquemquim N´Saba), Caboclo Catimboiá, Casa Branca do Engenho Velho, Casa dos Olhos do Tempo que Fala da Nação Angolão Paquetan, Ilê Axé Obá Tadê Patiti Oba, Ilê Axé Oiô Bomin, Ilê Axé Abassá de Ogum, Ilê Axé de Oya, Ilê Axé Giocan, Ilê Axé Jitolu, Ilê Axé Kalé Bokum, Ilê Axé Karé Lewi, Ilê Axé Maroiá Laji (Alaketu), Ilê Axé Maroketu, Ilê Axé Oba Fé Konfé Olorum (Casa de Maria de Xangô), Ilê Axé Obá Ynã, Ilê Axé Obanirê, Ilê Axé Odé Mirin, Ilê Axé Odé Tolá, Ilê Axé Olorum Oyá, Ilê Axé Olunfã Anassidé Omim, Ilê Axé Omin Funjê Loiassi, Ilê Axé Omin J'obá, Ilê Axé Omo Ewa, Ilê Axé Oninjá, Ilê Axé Opô Afonjá, Ilê Axé Oxumaré, Ilê Axé Oyá, Ilê Axé Oyá Deji, Ilê Axé Oyá Leci, Ilê Axé Oyá Tunjá, Ilê Axé Oyassiabadê, Ilê Axé Togum, Ilê Axé Yji Ati Oya, Ilê Iyá Omi Axé Iyamassê (Terreiro do Gantois), Ilê Obá do Cobre, Ladê Padê Omin, Manso Dandalunga Cocuazenza, Mansubamdu Kuêkuê Doinkuabebe, Mocambo - Unzu Ngunzo Dandalunga Ye Tempo, Ninfa Omim, Nzo Kwa Mpaanzu, Ogum Kariri Com Iansã, Oxalá (Babakan Alafin), Oxossi Mutalambo, Senzala Religiosa Mukunndewá, Sogboadã (Guerebetã Jume Sogboadã), Terreiro de Ogunjá,Tumba Jussara, Unzo de Angorô, Unzó Indebwa Kaamumzambi, Unzo Ngonzo Kwa Kayongo, Unzo Tumbancé, Vintém de Prata, Yaominide.


“Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo cativo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros.
Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
- Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia.
- De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.
- Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração fará um dia voar às alturas.
- Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como a águia.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse:
- Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não á terra, então abra suas asas e voe!
A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, cicscando grãos. E pulou para junto delas.
O camponês comentou:
- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
- Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!
Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando no chão, pulou e foi para junto delas.
O camponês sorriu e voltou à carga:
- Eu lhe havia dito, ela virou galiha!
- Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levantaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas.
O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra abra suas asas e voe!
A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e a vastidão do horizonte.
Neste momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, e voar para o alto, a voar cada vez mais alto. Voou... voou... até confundir-se com o azul do firmamento...”
E Aggrey terminou conclamando:
- Irmãos e irmãs, meus compatriotas! Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus! Mas houve pessoas que nos fizeram pensar como galinhas. Mas nós somos águias. Por isso, companheiros e companheiras, abramos as asas e voemos. Voemos como as águias. Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar.

Um comentário:
gostaria de saber mais sobre o Terreiro bate Folhinha, sua história.Meu Email
maemaria33@terra.com.br
obrigado
Postar um comentário